Da sacada do meu apartamento no centro de São Paulo, estou olhando para os prédios e pensando no quão surreal o salto que a minha vida deu nos últimos meses.
A primeira vez que pisei em São Paulo foi em 2016, no auge dos meus 20 anos e com objetivo que assistir ao show do Coldplay. Lembro de ter visto uma fake news no twitter, informando que essa seria a última turnê da banda - mal sabia eu que depois disso eles praticamente morariam no Brasil. 😅
Eu que sempre fui muito fã de Coldplay, não poderia perder esse show por nada. E é engraçado pensar que muitas coisas deram start com essa viagem e só realmente me toquei disso escrevendo a news de hoje.
Eu nunca tinha viajado de avião, nunca tinha ficado numa fila virtual para comprar ingresso de show, nunca tinha vindo para São Paulo e nunca tinha ido em um show internacional.
Eu soube assim que desci do avião que moraria na selva de pedra.
Não sei explicar a sensação, só senti. Tudo aqui me fascinava. O tamanho da cidade, suas infinitas possibilidades, o famoso ‘Starbucks’ que eu só tinha visto em filme até então, o trânsito caótico me deixou levemente assustada, confesso, mas o resto da experiência paulistana, me conquistou.
Naquele mesmo ano fiz uma tattoo em homenagem ao Coldplay e ao momento que me marcou profundamente: A head full of dreams - o nome da turnê era esse, em tradução literal: uma cabeça cheia de sonhos.
Nessa época em 2016 eu cursava o terceiro período da faculdade de Publicidade e Propaganda, estava descobrindo em qual área dentro do meu curso eu iria “me encontrar” e no meu âmago ainda sonhava em ser editora da revista Capricho.
E ter feito essa viagem, me fez perceber que independente do que eu quisesse, iria correr atrás para realizar.
Ter vindo para São Paulo com 20 anos me abriu os olhos de uma forma muito significativa. E depois desse primeiro show, eu nunca mais parei de vir.
Qualquer oportunidade era perfeita para comprar as passagens e vir. E assim foi com o Lollapalooza, meu primeiro festival, onde tive o privilégio de ver uma das minhas cantoras favoritas da vida - Lana Del Rey. Ouso dizer que foi o show que eu mais chorei na vida, mas é difícil confirmar, porque eu choro pra valer em todos os shows dos artistas que eu gosto.
Inclusive, nessa vinda para o festival, foi a primeira vez que andei de trem (!!!!!). Dá pra acreditar? Uma experiência pra ninguém colocar defeito.
Teve uma outra vinda pra cá que mudou tudo pra mim (de novo), essa aconteceu lá em 2019, dessa vez eu vim sozinha para fazer um curso de uma semana na ESPM.
Lembro de sentir muito medo e coragem na mesma intensidade.
E fui incentivada pelos meus amigos, meus pais e até pelo pessoal do meu trabalho.
Engraçado pensar que muitas vezes a sua torcida acredita muito mais no seu potencial do que você mesma.
E assim foi, não poderia deixar passar essa chance. E foi um dos melhores momentos que vivi sozinha, parece que eu realmente precisava viver isso.
Morar numa cidade grande nunca me assustou. Na verdade, me dava mais curiosidade para saber como era “ter tudo nas mãos”. Teatro, cinema, parques, exposições, shows e muitos eventos culturais.
Em todas às vezes que eu vim para São Paulo, pensava: um dia eu venho pra ficar.
E vim. Só não sabia que seria do dia pra noite.
Agora chegou aquele momento que se você assim como eu acredita que nada é por acaso, continue lendo. Já se você é meio cético, sugiro que continue lendo também, vai que…
Eu já contei toda a história da minha vinda pra cá nessa edição AQUI, mas o que não mencionei naquela época, é como tudo colaborou para dar muito certo.
Breve contexto: eu morava em Santa Catarina e estava a pouco mais de um mês participando de um processo seletivo para uma vaga híbrida em São Paulo. Fui passando em todas as etapas, até que no dia 02 de junho soube que a vaga era minha.
Minha cabeça entrou em colapso, lembro de pensar: PERAÍ, DEU CERTO? E AGORA?
Pois é, olhando pra trás e vendo da perspectiva que eu tenho hoje, era pra ter sido exatamente como foi.
Eu juro que pra mim a possibilidade de desistir, não era nem uma opção a considerar. Sendo assim, contei para os meus pais e amigos, comecei a anunciar os móveis do meu apartamento, assim como o carro que nós tínhamos na época, tudo começou a se encaixar.
Vim para São Paulo um dia depois do meu aniversário, chorei tanto com as despedidas e cheguei até a cogitar se realmente era uma boa ideia.
Até encontrar o apartamento perfeito, visitei 12. Minha resiliência não me abandonou em nenhum segundo, juro que o que eu mais sentia falta era a rotina de treinos e de acordar às 04:40 da manhã pra fazer aula de crossfit.
Os primeiros meses foram tensos, sentia muita falta de casa, da minha família, da minha rotina e da praia.
E o que mais me doía era pensar que nada seria como antes.
Refiz minha vida aqui, fiz novos amigos no trabalho, encontrei um esporte para não me deixar surtar e vivo um dia de cada vez - ou o que a minha ansiedade permite.
Confesso que ainda é muito louco pensar que moro na cidade que eu me apaixonei há quase 8 anos atrás. E logo logo faço 1 ano morando aqui também. Que loucura.
Gosto de pensar que mesmo quando não acreditamos que um sonho é realmente possível, algo dentro da gente e a energia cósmica do universo encontram um jeito de colocar no nosso caminho.
Eu não queria vir morar em São Paulo da maneira como foi, tudo rápido e pra ontem.
Queria ter tido tempo, mas talvez se fosse dessa forma, algo não daria tão certo. Às vezes temos que acreditar que tudo isso está acontecendo dessa maneira, porque tem algum significado. E você vai entender lá na frente.
De uma sonhadora para outro sonhador: continue a nadar, continue a nadar…
Um beijo,
La 💫
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📎 Bloco de notas
Coisas legais que gostaria de compartilhar com você.
Leia a última edição:
#50 | Criar pequenos rituais 🤝🏻 motivação
Edição #50!!!!! (AAAAAAAA) Eu ainda não acredito que depois de tantas vezes querendo começar esse projeto e postergando, eu finalmente estou comemorando 50 edições. Fica aqui o meu agradecimento pra você que lê toda semana, sinta-se abraço. 🤍💫 OBRIGADA!!!!!!!
Adorei sua história com São Paulo. Ela realmente nos seduz.