#33 | Ter um diário é viver no presente
Desde que me lembro, lá pelos meus 8 anos tive meu primeiro diário. Nele, contava como tinha sido meu dia, como estava me sentindo, colava adesivos e recortava revistas para fazer colagem.
Conforme fui crescendo, sempre tinha um caderno por perto no qual dividia meus segredos, colocava o nome dos garotos que eu gostava na época e descontava toda a minha raiva adolescente ali. Inclusive, outro dia peguei um desses diários para reler e que saudade dos problemas que eu tinha aos 15 anos.
Os anos foram passando, eu fui amadurecendo e ainda comigo, sempre andava um diário.
Eu não sei explicar, mas sempre me senti muito mais eu mesma na companhia das palavras enquanto escrevia nos meus diários, do que conversar em voz alta sobre algo que estava me incomodando.
Hoje vejo com clareza o que naquela época não conseguia ver, que alguns assuntos me emocionam de uma forma tão intensa, que quase não consigo falar. São nesses momentos que recorro a escrita.
Aqui nessa newsletter semanal eu escrevo conforme estou me sentindo na semana ou quando estou inspirada por algum assunto. Considero meu diário virtual, onde divido com vocês - na maioria das vezes - como estou me sentindo e o que tem passado pela minha cabeça.
Acontece que eu estava sentindo falta de ter o um diário físico, algo que eu pudesse escrever e lembrar como era a minha letra. Um lugar onde eu pudesse escrever sem pensar muito se as pessoas fossem gostar ou se identificar, porque ali, seria o meu refúgio.
No início de outubro/23, peguei um caderno em branco que tinha por aqui e decidi voltar a escrever no papel sem pensar muito, só colocar pra fora tudo o que me transborda de alguma maneira.
Coloquei o desafio da escrita por 30 dias e sempre pela manhã, que é quando a vida ainda não começou direito. Eu acordo, não pego no celular, me visto para fazer exercício físico e assim, começo a escrever.
Confesso que nos primeiros dias eu ficava:
‘ué, mas eu vou escrever o que?’
‘como eu começo?’
‘quantas páginas eu escrevo?’
Meio sem jeito, e do meu jeito, comecei de novo, um hábito que tinha desde pequena e que sem saber conscientemente me faz muito feliz. Ali eu observo como realmente estou me sentindo naquele momento. Às vezes divido um sonho ou pesadelo, conto o que fiz no dia anterior, escrevo a música que acordei na cabeça e assim vai.
Eu acho que passei tanto tempo escrevendo sobre coisas que não queria durante meus últimos trabalhos, que tinha esquecido como isso me faz feliz.
Inclusive, comentei com a minha psicóloga do diário, e ela disse: “ter um diário é viver no presente”. É como se dessa forma eu organizasse todos os pensamentos flutuantes que passam pela minha cabeça.
Qual hábito que te fazia feliz antes e você não faz mais?
É isso,
Um beijo,
La 💫
Leia a última edição:
#32 | Primeiras vezes
Quando foi a última vez que você fez algo pela primeira vez? Outro dia ouvi uma corredora dizer assim: “curta o processo, você nunca mais vai correr a mesma distância como da primeira vez”. E isso fez total sentido quando ouvi e combina muito com o atual momento que estou vivendo.