#84 | Viver enquanto colho as respostas
Sobre aceitar a incerteza e confiar no processo da vida.
Sempre que viajo para o lugar onde vivi grande parte da minha vida, volto com a bagagem emocional mais carregada que o normal. Talvez seja pelo fato de voltar para o mesmo lugar e encontrar tudo diferente.
Vamos do início
Decidi que faria uma surpresa para o aniversário de 24 anos da minha irmã. Comprei as passagens faltando um mês, contei para minha mãe e fiz ela prometer que não contaria nada.
Spoiler: deu tudo certo!
Minha estadia em Santa Catarina foi de quase 5 dias, os quais tentei aproveitar ao máximo para fazer coisas que me deixam feliz, como ver minha família, correr em lugares que me sinto segura, apreciar o mar e de certa forma, recarregar as doses de dopamina do meu cérebro.
E todas às vezes que eu viajo para lá, sinto um misto agridoce de alegria e nostalgia, onde sempre volto muito reflexiva sobre minhas escolhas e a vida em si.
Alegria pelos momentos que estou vivendo ao lado das pessoas que eu mais amo, que me apoiam e torcem genuinamente para que eu realize todos os meus sonhos. Onde não preciso fingir ser uma pessoa mais interessante ou divertida, é simplesmente meu lugar seguro.
E bem ao lado desse sentimento, está a nostalgia, que me faz perceber que as coisas nunca mais serão iguais como eram antes.
Acredito que a gente passa muito tempo da vida querendo voltar em momentos específicos, como se fôssemos tomar decisões diferentes agora que sabemos o que aquela decisão irá ocasionar. Mas a vida não acontece assim.
Por mais que eu sinta muita saudade de tudo que vivi naquela época da minha vida, também entendo que para que eu chegasse ao dia de hoje, eu precisava ter passado por certas coisas que eu não queria.
E talvez a parte mais difícil disso tudo, é olhar para frente e abraçar o atual momento. Esquecer por um segundo dos “e se”, e confesso, que estou escrevendo a news como uma forma de lembrete para mim mesma.
When you know, you know
When you know, you know
It kinda makes me laugh
Running down that path
When you're good, it's gold
'Cause when you know, you know
E vejo que no fim, a graça mesmo é não saber o que irá acontecer. Isso me lembra o trecho do livro *‘A Biblioteca da Meia Noite’ de Matt Haig, onde a personagem principal se questiona sobre os seus arrependimentos e escolhas:
“Ela percebeu que estava sempre à procura de uma vida diferente e, ao fazer isso, acabou perdendo a vida que tinha, o momento que estava vivendo.”
Lembro que esse livro me tocou muito quando li e fiquei pensando nele por dias, porque no fundo me via um pouco na personagem. E não no sentido triste e dramático da história, mas assim como ela, também tenho a minha lista de coisas que talvez eu fizesse diferente.
E mais ainda, quando decidi que viveria uma nova aventura em um novo contexto, precisei entender que todos os momentos muito felizes que vivi naquela época da minha vida, ainda estão acontecendo, e não no sentido literal, mas nas minhas memórias.
E acho que no fim, a vida é um eterno jogo ‘ganhar e perder’ todos os dias.
A Laís que deixei em Santa Catarina em junho de 2023, não é mais a mesma que escreve esse texto em outubro de 2024 - e que bom! Mudanças são necessárias para nos impulsionar em direção aos nossos sonhos e objetivos.
Viver da mesma forma e querer algo diferente, é ilusão.
E talvez a vida seja sobre aceitar que nem tudo precisa de uma explicação clara, mas sim de uma entrega ao que ela reserva, com a certeza de que, no fim, tudo acontece como deve ser.
Acho que somos feitos das lembranças que guardamos e das que nos guardam. Tudo o que foi vivido, que foi sentido, ainda ecoa em nós. (Elena Ferrante, em A Amiga Genial)
Ainda sobre a viagem…
É impressionante a capacidade que um banho de mar têm para curar tudo onde dói. Eu sei o quanto amo estar em contato com a água salgada, mas dessa vez, foi quase como um chamado.
E de fato, para quem mora pertinho do mar desde os 8 anos, isso tem sido uma das coisas que mais me faz sentir falta de morar perto do litoral. É como se o mergulho não fosse apenas literal, mas também uma conexão entre corpo e alma, você também se sente assim ou já sentiu algo parecido?
E assim como todas às outras vezes, voltei para casa, com o coração apertado e pensativa, aquela sensação estranha de “estou no lugar onde eu deveria estar?”.
Acredito que tudo tem o seu tempo para acontecer, que por mais que eu sinta falta da vida que eu tinha antes, também entendo que a minha jornada está apenas no começo. E que faz parte ter dúvidas durante o trajeto, “mudanças me parecem atraentes e ao mesmo tempo assustadoras”.
Com mais dúvidas e questionamentos que o normal, a crônica de hoje é um convite para você refletir sobre suas escolhas e a vida em si, aproveita que é dia 30 de outubro - faltam 2 meses para a chegada de 2025.
Um beijo,
La 💫
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