#81 | Com sorte, vamos todos envelhecer
E eu acredito que, enquanto planejamos como serão os próximos passos, a vida vai se ajustando no movimento.
Envelhecer, do dicionário, duas definições:
transitivo direto e intransitivo
tornar(-se) velho ou mais velho.
transitivo direto e intransitivo
dar ou tomar aspecto de velho, de idoso, ou de antigo.
Outro dia li esse texto ‘O dia em que minha mãe envelheceu’, e me peguei refletindo em cada parágrafo sobre o processo de envelhecimento, mas esse aqui mexeu muito comigo:
Assim como pais urbanos desconectados da vida coletiva das aldeias são despachados para outro planeta quando têm o primeiro bebê, os filhos adultos descobrem um mundo paralelo quando seus idosos chegam na fase da dependência.
Eu sempre falei para quem quisesse ouvir, que não vejo a hora de ter 30 anos, e que a ideia de envelhecer, na verdade, me leva para um lugar mais calmo e menos ansioso do que eu me vejo hoje.
Mas acontece que, sempre que estou mais perto disso ou sou colocada de frente com decisões que teoricamente eu deveria saber as respostas - pois sou uma mulher adulta - me vejo perdida. É como se todos soubessem como agir ou o que fazer, e eu, apenas estou ali.
Antes dos 25 não pensava muito sobre a idade que eu gostaria de ser mãe, quanto seria ideal dar de entrada na compra de um apartamento ou qual o meu plano de carreira perfeito para conquistar os meus objetivos profissionais.
Envelhecer é abraçar a transição constante entre o que fomos e o que estamos nos tornando." — Elena Ferrante
Porém, com o passar do tempo e a chegada dos meus 28 (em junho desse ano), sinto que muitas coisas precisam da minha atenção e isso, me deixa ansiosa.
Veja bem, ninguém está colocando o dedo na minha cara e me obrigando a pensar nos tópicos acima. Mas eu sinto essa pressão, ainda mais por ser mulher e ter “““prazos””” para realizar coisas, como o fato de ser mãe - você também se sente assim?
Minha psicóloga costuma dizer que eu penso demais por conta da ansiedade, que enquanto eu deveria estar apenas vivendo no presente, me perco em todos os possíveis e impossíveis futuros que a minha cabeça projeta.
E sempre que converso com amigos próximos sobre isso, tenho a sensação que estamos todos no mesmo barco.
E na verdade é isso, não viemos com um manual de instruções com tudo planejado, com as idades que deveríamos pensar em tais questionamentos ou até mesmo, o momento em que percebemos como também envelhecemos diariamente.
Muito pelo contrário, com sorte, enquanto vivemos, realizamos sonhos, compartilhamos momentos de alegria, envelhecemos.
E toda vez que me pego refletindo sobre esse assunto, lembro de um dos meus livros favoritos ‘A Natureza da Mordida’, onde chorei copiosamente em vários trechos. Justamente por mexer tanto com a passagem de tempo e as memórias deixamos nas outras pessoas.
A vida tem um jeito de ir diminuindo aos poucos, até que restam só as coisas essenciais. A velhice nos ensina isso: que, no fim, tudo se resume ao que realmente importa, e o resto vai sendo deixado para trás, como folhas caindo de uma árvore no outono."
E acredito que quanto mais me aproximo dos trinta anos em busca de clareza e respostas, ainda me vejo em momentos de incertezas. E tudo bem não saber todas as respostas ou ser extremamente cautelosa o tempo inteiro.
No fim, a gente descobre o caminho, enquanto está acontecendo.
E sempre terão os dias que você ira saber exatamente o que fazer ou para onde ir, outros que você só gostaria de ser abraçado pela sua mãe e ouvi-la dizer que tudo vai ficar bem.
"O senhor é tão jovem, tem diante de si todo começo, e eu gostaria de lhe pedir, da melhor maneira que posso, meu caro, para ter paciência em relação a tudo que não está resolvido em seu coração. Peço-lhe que tente ter amor pelas próprias perguntas, como quartos fechados e como livros escritos em uma língua estrangeira. Não investigue agora as respostas que não lhe podem ser dadas, porque não poderia vivê-las. E é disto que se trata: de viver tudo. Viva agora as perguntas. Talvez passe, gradativamente, em um belo dia, sem perceber, a viver as respostas. Talvez o senhor já traga consigo a possibilidade de construir e formar, como um modo de viver especialmente afortunado e puro; eduque-se para isso, mas aceite com grande confiança o que vier." - Rainer Maria Rilke
Talvez o objetivo dessa edição seja para pedir gentilmente pra você desacelerar um pouquinho, pra tentar viver um dia de cada vez e pensar que, o momento que você está passando hoje, irá passar - sempre passa.
E que enquanto perdemos tempo com coisas que demandam energia (muitas vezes desnecessária), podemos facilmente romantizar os pequenos detalhes da rotina, como, ‘se levar para passar’, ir ao cinema durante a semana, ligar para os seus pais, tomar um café da manhã que você ama e porque não, ver aquele filme que você ama só mais uma vez?
E eu acredito que, enquanto planejamos como serão os próximos passos, a vida vai se ajustando no movimento.
Um beijo,
La 💫
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Entre abas
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Slow living: embracing simplicity, savoring the present moment and finding inner peace amidst the chaos. It’s a conscious journey of soulful connection, gratitude and harmony with nature’s rhythms, leading to a more meaningful and authentic existence.
*Vida lenta: abraçar a simplicidade, saborear o momento presente e encontrar paz interior em meio ao caos. É uma jornada consciente de conexão com a alma, gratidão e harmonia com os ritmos da natureza, levando a uma existência mais significativa e autêntica.
Achei especial os cliques dessa fotógrafa:
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Leia a última edição:
#80 | Tudo junto & misturado: edição Setembro
Sou apaixonada pelo mês de setembro desde sempre. Não tem um único motivo específico, mas um conjunto de coisas que adoro, como, o início da primavera, que sempre me leva para um lugar feliz. Ou talvez pelo fato de ser o ‘último’ mês antes dos três últimos. Não sei direito, mas eu amo setembro. ✨ Dito isso, vem ver como foi o mês por aqui!
Eu fui profundamente tocada por esse trecho: “E sempre terão os dias que você ira saber exatamente o que fazer ou para onde ir, outros que você só gostaria de ser abraçado pela sua mãe e ouvi-la dizer que tudo vai ficar bem.”
Era o que eu precisava ouvir para esta semana, de fato, a vida adulta não vem com um manual de instruções, e tá tudo bem 😌, obrigada por compartilhar essa reflexão de maneira tão delicada e acolhedora ✨❤️
Tenho te acompanhado a um tempo e a cada post que leio, mais me sinto abraçada em cada palavra! Ta lindo, profundo e reflexivo essa edição.