#77 | O que acontece quando você não desiste?
A edição de hoje é sobre motivação e a minha história com a corrida, talvez te inspire de alguma forma.
Baixinha demais, com a respiração meio errada e muito devagar. A corrida não é pra mim.
Antes de falar sobre como a corrida entrou na minha vida, preciso trazer um breve contexto de como a atividade física se tornou algo inegociável nos meus dias atuais.
Em 2006, aos 9 anos, cheguei de mala e cuia para morar em Santa Catarina, antes eu morava no Rio Grande do Sul.
Tudo novo, escola nova, amigos novos e hobbies novos.
Preciso dizer que desde muito novinha eu não me via em nenhum esporte, principalmente nas aulas de educação física, fugia de todos - com exceção do vôlei, ali talvez tenha sido meu primeiro contato com um exercício que eu até gostava.
Eu era o tipo de adolescente que gostava de ficar lendo, fofocando com as minhas amigas e respondendo os famosos questionários.
Os anos foram passando, e ali entre 13-14 anos, meus pais me matricularam na academia do meu bairro. Confesso, que apesar de ter sido uma fase bem difícil pra mim em relação ao meu corpo, eu amava frequentar esse ambiente.
No início, ia exatamente com a roupa que eu frequentava a escola: legging e tênis all star. De longe não era a roupa adequada, mas era o que eu tinha.
Todos na academia eram muito gentis comigo, sendo assim, comecei a fazer a amigos e pela primeira vez, gostar do meu corpo. Pode ter sido porque associei o exercício com emagrecimento e recompensa, e assim não me sentia mais culpada por comer o que eu gostava - afinal, estava me exercitando.
Durante a minha adolescência me senti privilegiada por finalmente ter me encontrado em alguns esportes, logo eu, que nunca tinha me visto em nenhum.
Fiz de tudo um pouco: musculação, spinning, boxe e até me arriscava em correr na esteira, mas daquele jeito, só para aquecer o corpo.
Os anos foram passando, eu fui mudando alguns hábitos, incluindo outros, me apaixonando pelas coisas incríveis que o meu corpo era capaz de fazer. Gostava e ainda gosto de ser associada com bons hábitos e atividade física - talvez por nunca ter considerado que era meu lugar.
Entre uma pandemia e alguns surtos, percebi que para manter a minha saúde mental em dia, eu jamais poderia “não fazer nada”. Assim que as vacinas começaram a ser liberadas, corri para me vacinar, não via a hora de poder praticar exercícios de novo.
E como a vida é sempre uma caixinha de surpresas, eu não me via mais fazendo musculação. Sentia falta de ter mais movimento e de me desafiar.
E apesar de me considerar uma pessoa que gosta de agradar os outros, comecei a perceber o que eu ‘Laís’ realmente queria.
Eu sabia que mexer o meu corpo era algo fundamental para minha saúde mental, mas só me toquei realmente disso, quando fiquei um tempo sem fazer nada.
Em março de 2021, fiz uma aula experimental de funcional e fiquei super empolgada. Depois de 1 ano frequentando aulas e me movimentando, resolvi que era hora de me aventurar novamente, iniciei nas aulas de crossfit e me apaixonei.
Acho que pela primeira vez, senti que ali era o meu lugar.
Eis que em 2022, uma amiga me perguntou se eu gostaria de participar de uma corrida de rua. De imediato, pensei: porque não? E isso era tudo o que eu precisava para me apaixonar por correr.
Entre uma aula e outra de crossfit, comecei a frequentar a pista de atletismo da minha cidade. Lembro das primeiras vezes que corri sem parar e de como eu ficava genuinamente feliz.
Em setembro de 2022, corri minha primeira de prova de 3km e algo mudou em mim.
Talvez tenha sido a sensação da endorfina misturada com empolgação ou o fato de nunca ter achado antes que esse era meu lugar, até finalmente sentir na pele.
E se contassem que essa simples e inocente corrida de 3km, me faria entrar de cabeça nesse esporte ao ponto de acordar todos os dias às 05h30 apenas para me dedicar, talvez eu duvidasse no início.
Desde esse dia, vieram novas distâncias desbloqueadas, algumas provas de corrida, tênis melhores e um relógio específico - que eu só investi depois de me dedicar muito e me desafiar a fazer uma prova de 10km (depois já veio a de 15km).
E pra fechar esse assunto, quero compartilhar com vocês algumas das vezes que eu fui muito feliz nesse esporte, quem sabe assim, você também se sente inspirado.
Todas as vezes que fui e sou feliz na corrida
A primeira vez que corri sem precisar caminhar e superei o meu medo de ser iniciante em um novo esporte.
Quando o meu relógio vibrou e percebi que tinha corrido 5km direto, nesse dia chorei igual criança.
Por me fazer ter disciplina para me movimentar todos os dias.
Quando percebi que estava ficando mais forte e confiante com cada km conquistado.
A sensação de ter um tempo comigo mesma e silenciar as vozes da minha cabeça.
Quando a ansiedade quer falar mais alto e eu não escuto, pois estou correndo.
Muito além do melhor ritmo, pace mais rápido e a roupa mais cara. A corrida me proporciona chegar em lugares que eu não acreditava que eram feitos pra mim. Me faz abraçar o desconhecido e comemorar cada nova distância conquistada com muito suor e lágrimas. Nela, sou vulnerável com os meus sentimentos, me vejo mais confiante e percebo o quão forte e determinada eu posso ser.
💌 Lembra do motivo que te fez começar. A comparação é mais um peso que você não precisa e não deve carregar. Romantize esses momentos e faça simplesmente por você. Compartilhe com as pessoas que você ama, assim quando ficar difícil, eles te lembrarão das razões que fazem você continuar em frente. E claro: continue a nadar, continue a nadar (…)
Me conta, você sente assim com alguma atividade física?
Um beijo,
La 💫
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Leia a última edição:
#76 | Tudo junto & misturado: edição Agosto
Quando criança costumava acreditar que os meses demoravam infinitos dias para acabar, que teria tempo de sobra para fazer tudo o que o meu universo infantil permitisse. Eis que agora até o mês de agosto passou na velocidade da luz, o tempo, é finito. Na edição de hoje compartilho com vocês um pouquinho das minhas memórias do mês - espero que gostem. 💌