#73 | Até o futuro, seja lá qual viesse a ser
Gosto de observar que vez ou outra, uma trend viraliza e quase todo mundo engaja para fazer parte. Esses dias foi a vez do “você perdendo seus traços adolescentes”, confesso que nessa até eu fiz parte e é sobre isso que vou falar com vocês na news de hoje.
Eu cresci assistindo comédias românticas como ‘De Repente 30’, ‘O Diabo Veste Prada’, ‘Os Delírios de Consumo de Becky Bloom’, ‘Como Perder um Homem em 10 Dias’ e por aí vai… Querendo ou não, acreditava que quando fosse adulta como as personagens principais, seria super bem sucedida, trabalharia como editora chefe em alguma revista e usaria apenas salto alto.
E se você nasceu em meados dos anos 90 (assim como eu), tenho quase certeza que também se inspirava nesses filmes. Acontece que, diferente das personagens, nós estamos vivendo a vida real e na maioria das vezes, para ter aquilo que sonhamos, precisamos suar e correr muito.
Ainda sim, gosto de manter o coração quentinho quando lembro com saudosismo da Laís adolescente e todas as suas inspirações para quando a vida adulta chegasse. E assim como as minhas aspirações profissionais, segui pelo caminho da comunicação e me formei em Publicidade e Propaganda, a grande diferença, é que não trabalho em uma grande revista de moda e comportamento. E definitivamente não uso salto alto para trabalhar (ainda bem!).
Gosto de pensar que por mais que os anos passem, as roupas mudem, os empregos se atualizem, alguma coisa seguem junto com a gente até o nosso último dia.
De forma poética ou não, a verdade é que tudo o que sonhei durante minha infância e adolescência foi construído com base nos filmes, livros e séries que eu assistia na época - e isso de certa perspectiva, moldou quem eu sou hoje.
Esses dias li um livro chamado ‘Até o Futuro’ de Emma Straub, na história a personagem Alice está completando 40 anos e por alguma razão (sem spoilers), ela volta para o seu aniversário de 16 anos. Ou seja, ela tem a consciência dos 40, mas o corpo dos 16.
Eu fiquei muito mexida com o livro e amei cada segundo da história, quando estava nos capítulos finais, não queria terminar, como se de certa forma eu pudesse prorrogar um pouco mais o final da história.
Quando estou muito envolvida com o livro fico economizando ler - assim, prolongo um pouco mais o sentimento que uma hora ou outra chega, a última página.
E algo que vocês precisam saber sobre mim: eu sou a pessoa que marca trechos nos livros com marca texto, que salva frases em blocos de notas, cria pastas de quotes em todos os lugares possíveis e grifo tudo o que me toca (seja no Kindle ou livro físico).
Dessa vez, não foi diferente, marquei 41 (!!!!!) trechos do livro. E aqui divido com vocês alguns que me atravessaram:
Às vezes, sentia que todos que conhecia já tinham se tornado fosse lá o que iriam ser, e ela, ainda estava esperando.
Essa frase me atingiu em cheio, pois em alguns momentos sinto que todo mundo sabe exatamente para onde seguir e eu estou aqui, sendo uma passageira na minha própria vida.
[…] Ainda era muito estranho ver o próprio corpo — o corpo jovem, um corpo do qual mal se lembrava, porque estivera ocupada demais vendo-o como algo que não era.
Olho minhas fotos adolescentes e não consigo olhar de outra forma se não, com muito afeto. Eu lembro de evitar me olhar no espelho por achar que algo estava errado com o meu corpo. Por não ser como as outras garotas da minha idade, pode não ser mais alta, magra e atlética.
É difícil imaginar uma adolescência a qual eu amaria muito ver o meu reflexo no espelho, mas hoje, aos 28 anos, olho para trás e tenho um carinho enorme pelas minhas versões - principalmente, a Laís criança, a qual tenho vontade de pegar no colo e dizer que tá tudo bem comer sua sobremesa favorita. E a Laís adolescente, que apesar de muito nova, já lutou muitas batalhas com a própria imagem.
Alice era ela mesma, só ela, mas era ao mesmo tempo a sua versão de antes e a sua versão de agora.
E no fim, somos exatamente quem éramos aos 15 anos. Talvez um pouco mais velhos, com roupas diferentes e novos hábitos. Mas ainda sim, os mesmos.
Pensando nisso, criei uma playlist especial para minha versão adolescente e adulta - que ainda e talvez até meu último dia nesse plano, eu escute essas músicas e sinta aquele quentinho no coração.
Eu não mudei de personalidade enquanto crescia, a minha essência permanece a mesma. E ser sincero consigo mesmo, é a maior demonstração de amor próprio que você pode ter.
Seguir em frente, a ideia era aquela. Até o futuro, seja lá qual viesse a ser.
Um beijo,
La 💫
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📎 Bloco de notas
Coisas legais que gostaria de compartilhar com você.
Leia a última edição:
#72 | Sobre voltar no tempo
Se você tivesse a chance de viver o mesmo dia mais de uma vez, viveria diferente?
Estava precisando ler isso🥺