#63 | Uma casa com vida
Outro dia estava procurando algo pra assistir na TV enquanto trabalhava, eis que o Youtube me recomendou o vídeo da Casa Vogue do Eduardo Sterblitch e Louise D’Tuani. Assim como quem não quer nada, dei o play.
Eu particularmente amei a casa, achei linda, cheia de histórias e com uma arquitetura que traduz eles como casal e agora, como família.
Esse tipo de vídeo sempre me faz refletir no tipo de casa que eu teria se dinheiro não fosse o problema. E aqui abro espaço pra aquele meme:
Onde já se viu, aprender a ler em 2001 quando na verdade eu deveria ter começado a juntar dinheiro para comprar uma casa. 😅
Hoje temos tantas outras coisas para se preocupar, que comprar uma casa ou um apartamento não está nos meus planos de curto e médio prazo. E isso de certa forma, me causa um certo tipo de ansiedade.
Quando eu era criança e morava em uma cidade bem pequena no Rio Grande do Sul, meus pais tinham uma casa, ali, de certa forma, foi o meu primeiro contato com uma casa.
Lembro de viver memórias muito felizes nesse lugar e na companhia dos meus irmãos. Afinal, éramos crianças e a única coisa que importava era qual brincadeira iríamos brincar juntos.
Nessa época eu tinha uns 7 anos e apensar dos anos, ainda recordo das memórias que construímos juntos ali. O cheiro das árvores, o mercadinho ao lado da casa (onde podíamos comprar doces fiado), os amigos no bairro, os vizinhos que conhecíamos e até as ruas onde ralei os joelhos muitas vezes.
Quando me mudei para Santa Catarina em 2006, fiquei tão animada por enfim morarmos em um apartamento. Pra mim e para os meus irmãos, isso era coisa de gente “rica” morar em um lugar assim.
E um dos momentos que me recordo com bastante clareza, é como ficamos felizes por poder explorar outro lugar. Uma cidade completamente diferente, com pessoas que não conhecíamos e nós éramos os estranhos.
Quando somos crianças é tão mais simples se adaptar ao novo e desconhecido. Apesar dos recomeços, como a escola nova e a falta de amigos, tínhamos nós - e isso era tudo.
Morei junto com a minha família nesse apartamento até 2020, quando decidi sair de casa e morar junto com o meu namorado. E desde maio/20 quando moramos juntos pela primeira vez, já passamos por 3 apartamentos - 2 em Santa Catarina e 1 em São Paulo, que é o atual.
Em todos esses lugares, sempre buscamos deixar um pouquinho com a nossa cara. Mas às vezes o roteiro da vida muda drasticamente e os planos são outros.
No nosso primeiro apartamento, pintamos paredes, colocamos na geladeira nossas polaroides, espalhamos pela casa nossos livros, almofadas e preenchemos todos os espaços com as nossas coisas. Tudo para deixar do nosso jeito.
Já no segundo apartamento tinha tudo pra dar certo, pois diferente do primeiro, esse tinha dois quartos, onde enfim teríamos um escritório. O condomínio era maior, tinha piscina e muito mais espaço. Mas parece que alguma coisa fez com que a gente não desfizesse algumas caixas, sabe quando você sente que não ficará num lugar por muito tempo? Pois é, parece que a gente se sentia assim lá.
E assim foi.
Enquanto no primeiro aparamento ficamos bons 2 anos e meio, no segundo ficamos 7 meses.
Logo depois nossa aventura começou aqui em São Paulo.
E antes de encontrar o apartamento que moramos agora, eu visitei 12 (!!!!!!!!!!!!) apartamentos. Pois é, foram diversos lugares, até encontrar um que a gente gostasse um pouco mais que os outros.
Acontece que assim como no último apartamento, ainda não sentimos que esse aqui é o nosso apartamento. Sabe? É como se sentíssemos que realmente será um lugar de passagem.
Eu sei que quanto mais envelhecemos, mais queremos conquistar coisas - sejam elas grandes ou pequenas. E eu adoro o fato de mudar de opinião o tempo inteiro e de certa forma me adaptar ao momento que estou vivendo.
Sempre acreditei que fosse morar por muitos e muitos anos em apartamentos, mas ultimamente tenho pensado bastante sobre a possibilidade de ter uma casa.
De sentir a sensação de pisar com pés na grama, perceber o cheiro de natureza, escutar minhas músicas sem me preocupar que o meu vizinho de porta escute.
E ter assistido ao vídeo do Edu e da Louise, algo despertou dentro de mim ao ouvir eles contando sobre todos os cantos da casa, e como a vida daquele lugar era justamente a família que eles estão construindo. Todos os cantos tinham histórias sobre eles e o subtendido de tudo aquilo que eles viverão.
Terminei o vídeo com um sorriso no rosto e pensando no meu contexto atual, e em como mesmo diferentes, no fundo somos bem parecidos.
A geração que busca por liberdade em todos os âmbitos da vida, agora pensa em criar raiz em algum lugar.
De uma coisa eu sei, talvez não seja em São Paulo que eu terei minha casa. Aqui me vejo trocando de apartamentos e vivendo cada vez mais essa vida cosmopolita. Mas a Laís do futuro nutre esse sentimento de ter um lugar para chamar de casa e construir uma família.
E você, me conta, você sente que encontrou o seu lugar no mundo?
Eu sigo na busca.
Um beijo,
La 💫
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📎 Bloco de notas
Coisas legais que gostaria de compartilhar com você.
Leia a última edição:
#62 | Tudo junto & misturado: edição Maio
Eu não sei como foi pra você, mas senti que maio passou voando. ✈️ Por aqui, teve um pouco de tudo: nova distância desbloqueada na corrida, casamento, viagem, participação na plateia do Bom dia, Obvious e mais um monte de coisas legais. Ah, e como pude esquecer? Outono veio com tudo! 🍁 Prontos ou não, vamos para mais uma edição da news.
Que delícia de news! Adoro apartamento, mas também me vejo numa casa grande um dia, quem sabe? Não vi este episódio da Casa Vogue que você comenta, mas senti algo parecido com o episódio do Chay e da Laura haha.