#58 | Para todas as versões que um dia eu fui
Dou play no mesmo álbum que escuto desde os meus 15 anos, fecho os olhos e sinto a melodia da música me transportar para um lugar calmo e feliz. Agora, diferente de antes, tenho 27 anos e consumo muitas coisas da minha versão adolescente. A nostalgia anda lado a lado com os meus dias atuais, não falo sobre viver na sombra do passado, mas sobre olhar com carinho para quem eu fui um dia e ainda manter o que me conecta com a minha real personalidade.
Eu sempre fui muito fiel aos meus gostos e desejos. Desde muito pequena já falava em alto e bom tom tudo aquilo que eu era apaixonada. Gostava de Rebelde, Floribella, Cúmplices de um Resgate, Hannah Montana, Jonas Brothers, Taylor Swift, revistas Capricho e muito do mundinho Disney.
Na escola, tinha uma melhor amiga que assim como eu, ouvia e assistia a mesma coisa. Lembro que sempre que descobríamos alguma coisa, uma ia correndo contar para a outra.
Ter uma melhor amiga que consumia a mesma coisa que você, tornava tudo mais extraordinário do que realmente era. Tenho um carinho enorme por essa amiga, que pra mim era a melhor companhia que eu poderia ter aos 13 anos.
Bem no início da pré adolescência, não me importava muito com garotos. Todos eram tão mesquinhos e bobos, bem diferentes dos que eu assistia nos filmes e séries. Eu queria um Troy Bolton, que gostasse de cantar e que não tivesse vergonha de ser sincero com o que ele realmente gostasse. 😅
Você sabe que não existem garotos assim, né? Pois é, descobri isso quando completei 13 anos e tudo começou a mudar.
A temida fase da adolescência me fez perceber que eu não era como as outras garotas. Frase clichê para descrever que na minha época, as meninas que chamavam atenção dos meninos não liam Capricho e muito menos livros. Elas escutavam as músicas da época, sabiam as coreografias e sempre saiam para ‘baladinhas’. Eu não era assim.
No silêncio de um sábado à noite, eu ficava por horas e horas presa na minha página do Tumblr. Depois que cansava, pegava um dos meus livros e lia até pegar no sono. E assim eu passava todo o meu final de semana.
Quando fui para a o ensino médio, tudo literalmente mudou. De uma hora para outra estava rodeada de adolescentes que assim como eu, também não sabiam direito como agir.
Confesso que até tentei esconder como eu era no início, mas não durou muito tempo. Logo já levava na minha mochila um livro para ler no recreio ou uma revista Capricho que tinha um pôster lindo - os quais tinha até ciúme quando alguém pedia para ver.
E desse jeito, comecei a entender que não tinha nada de errado comigo, que eu poderia ser quantas versões eu quisesse, ler os livros que eu amava e ouvir tudo aquilo que me fizesse feliz - sem rótulos ou algo do tipo.
Assim, aprendi cedo demais que independente do que acontecesse, eu não deixaria as minhas versões de lado.
Essa mega introdução para falar sobre os moldes e contextos que muitas vezes somos inseridos para sermos aceitos. Seja no trabalho, entre grupos de amigos ou até em outros círculos sociais.
Quantas vezes a gente deixa de lado aquilo que realmente queremos para agradar o outro?
Acontece que quanto mais envelheço, mais tenho clareza dos lugares que eu gostaria de estar e daquilo que eu realmente gosto de consumir. E não necessariamente os seus amigos ou família irão gostar também. Isso faz parte da vida, tem certas coisas que precisamos fazer sozinhos ou nunca faremos. Às vezes a companhia perfeita, é você mesmo.
Tem várias coisas que eu amo sobre ser adulta, mas posso dizer que uma das minhas preferidas é ser dona do meu destino e daquilo que eu quero.
Outro dia mesmo, meu noivo estava trabalhando no final de semana e eu queria muito ir ao cinema. Fui lá, comprei o ingresso para uma pessoa, assim como pipoca e assisti ao filme.
Óbvio que eu gosto de ter companhia, mas entende que mesmo se eu não tiver eu não deixarei de fazer aquilo que eu quero?
Desde que me mudei para São Paulo tenho entendido cada vez mais o meu papel como protagonista da minha vida. Ter um companheiro não interfere naquilo que eu quero realizar.
Minha psicóloga disse uma vez e eu nunca esqueci: tem certos momentos na vida que você precisa tomar decisões sozinha e pensar naquilo que você realmente quer. Não terceirize a sua felicidade.
Lembra que se você não fizer coisas por você mesmo e pela sua criança interior, não espere que o outro faça. Leve suas versões para sair e realizar sonhos. 🤍
p.s: vou te contar que muitas coisas que deixam feliz, mas uma das minhas favoritas é ler no parque apenas com a minha companhia.
A news de hoje é um abraço para todas as versões que um dia eu fui, essas que me possibilitaram sonhar e acreditar que sim, é possível. Obrigada! Eu sigo aqui, ouvindo os mesmos artistas, os novos com uma melodia parecida e indo aos shows que um dia eram apenas sonhos distantes.
Um beijo e até semana que vem,
La 💫
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📎 Bloco de notas
Coisas legais que gostaria de compartilhar com você.
Eu amo a forma sensível que essa autora escreve (esse livro é lançamento)
Sua pele é mista, oleosa ou normal? Esse é o melhor hidratante que já usei
Vocês pediram e aqui está: minha playlist da corrida de 10km!!!!!!
Leia a última edição:
#57 | Tudo junto & misturado: edição Abril
Dá pra acreditar que essa é a última quarta-feira do mês? Eu não sei você, mas por aqui ultimamente tudo tem passado na velocidade 2x. Inclusive os momentos que eu tenho para descansar. Sem mais delongas, vamos para a última edição de abril!
Eu amei o tanto que me identifiquei! Passei exatamente pelas mesmas coisas. Hoje tô aprendendo a nao ter vergonha de gostar do que gosto e de fazer o que quero. Tudo é processo!
Feliz de ler sobre você
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