O caminho não é linear e do jeito que a gente imagina quando cresce assistindo filmes de comédia romântica. Ele é cheio de obstáculos, mudanças de rota e muitas vezes parece que estamos dentro de uma fase interminável do Mario Bros, onde o destino está cada vez mais longe. Mas acontece que quando a gente sonha, nada parece impossível.
Na última edição contei um pouquinho do início da minha jornada profissional, de como comecei, dos meus primeiros empregos e de como precisei entender onde eu queria chegar (leia aqui).
Hoje falo um pouquinho da parte 2 e como esses relatos sinceros me fizeram chegar ao dia de hoje, morando em outro estado e realizando sonhos.
Depois de ficar por quase 3 anos na mesma empresa, escolhi sonhar de novo e correr atrás daquilo que brilha os meus olhos. E é a partir disso que começa a minha nova aventura no mercado de trabalho.
É dia 10 de setembro de 2020, ainda é o ano da pandemia, mas parece que uma luz se iluminou bem na minha frente. Comecei no novo emprego, é uma empresa de skincare e cuidados com a pele de forma geral, estou animada, pois sempre quis trabalhar com esse segmento.
A equipe é legal, divertida, mas assim que chego no meu novo lugar sinto que não ficarei ali por muito tempo. Pois é, bizarro pensar que a nossa intuição às vezes deixa a gente seguir por outro caminho só pra você enxergar o outro lado, assim como em alguns momentos ela GRITA - e aqui foi um pouco das duas sensações.
Eu fiquei nessa empresa por quase 2 anos, foi lá onde tive a oportunidade pela primeira vez de escrever sobre o que eu realmente gostava: comportamento e beleza. Amava a ideia de ser tipo a “garota do blog” só que num contexto diferente. Minhas ideias eram ouvidas, me sentia feliz em diversos momentos e até pensei que ficaria ali por muito mais tempo.
Mas como nem tudo são flores e eu já estava vacinada (literalmente) de empresas “”legais”” demais, eu comecei a observar que muitos valores pessoais iam muito contra daquilo que eu acreditava. Eu sabia que não queria ficar em um lugar que fosse tão diferente das coisas que eu penso, como ideologias, valores, política e até religião.
Eu sei, não vivemos em um mundo encantado e muitas vezes temos que ficar calados para mantermos o emprego, mas esse não era o caso.
Foi então que decidi buscar outras oportunidades, fiz algumas entrevistas e não passava em nenhuma. A cada negativa eu chorava e pensava: espero que algo realmente melhor esteja me esperando. E realmente estava, eu só precisava ter paciência.
Em um dia comum estava no Linkedin, quando recebi uma mensagem de uma pessoa perguntando se eu gostaria de fazer uma entrevista para uma vaga remota de analista de conteúdo para uma empresa do grupo Magalu. (não parece surreal?)
Mas realmente foi assim que aconteceu.
Como não tinha nada a perder, aceitei de primeira fazer a entrevista. Marcamos, o bate-papo fluiu de uma forma muito especial, parecia que era pra ser.
Tudo estava se encaixando conforme eu não havia planejado e de uma forma melhor do que eu poderia ter imaginado.
Passei em todas as etapas, no teste técnico, em tudo. Foi então que recebi uma mensagem no WhatsApp informando que eu havia passado na vaga (!!!!!!!!!!!!!!!!!!). Até hoje eu não consigo descrever como me senti naquele momento. Foi uma sensação única.
Confesso que a pior parte de aceitar esse novo desafio é lidar com os pensamentos intrusivos te questionando se realmente estava fazendo uma boa escolha.
É tão difícil ter que lidar com o poder e as consequências das nossas decisões. Confesso que às vezes queria que alguém decidisse por mim.
Eu quis tanto outra oportunidade que quando aconteceu eu congelei. Não sabia se ficava feliz ou triste. Afinal, eu trabalhava com algo que eu sempre quis, o universo de skincare e beleza - a minha cara. Sair disso para trabalhar novamente com uma empresa de ecommerce e tecnologia - algo que destoa muito do que realmente me faz feliz. Não foi uma decisão fácil.
Conversei com a minha coordenadora na época e ela disse que eu precisava seguir o meu coração, e ouvir minha intuição. Que ela torcia por mim e sentia muito pela minha saída da equipe. E assim foi, comuniquei o time, chorei muito e fiz os dias de aviso prévio.
E no meu último dia, recebi um dos presentes mais especiais de todos os tempos: um mapa para destacar todos os países que eu ainda iria conhecer (eles sabiam do meu sonho de conhecer NY), assim como recebi uma das cartinhas mais lindas da vida (coloquei aqui embaixo).
É tão bom quando você sai de uma empresa e percebe o quanto foi querida naquele emprego. Meu coração estava em paz.
No fundo, todas as decisões que eu já tomei até o dia de hoje me levaram para o meu momento atual, parece que era pra ter sido assim. Que lá na frente eu iria entender os motivos, que eu só precisava ter coragem.
Aceitei o novo emprego, fiquei tão feliz por finalmente trabalhar no formato home office e poder organizar minha rotina matutina. Tudo se encaixou de uma forma perfeita.
Apesar de escrever sobre coisas que não faziam meu coração sair pela boca, dei o meu melhor em todos os momentos. Fiz amigos, contribui com ideias, tive uma das melhores mentoras ao meu lado para me guiar e realizei sonhos profissionais.
Foi lindo, até tudo começar a ficar meio nebuloso.
Depois de 1 ano e 6 meses recebi a notícia do CEO da empresa que o time que eu fazia parte não iria mais existir, que teríamos mais ou menos 1 mês para buscar novas oportunidades.
No primeiro momento, pensei: ué, fui demitida?
Em um mês tive que repensar minha vida inteira. Assim, do dia pra noite.
Comecei a questionar minhas escolhas profissionais, buscar novos empregos e contatar amigos. No início fiquei bem desesperada e depois larguei de mão, no fundo eu sabia que tudo ia se resolver.
Foi então que me inscrevi em uma vaga híbrida no Jovem Nerd, onde eu teria que morar em São Paulo (nessa época eu morava em Santa Catarina). Nessas edições abaixo eu comento sobre o processo, mas tem outras news que eu também falo - vale a pena maratonar.
Mas de forma resumida, o processo seletivo durou 1 mês mais ou menos, eu passei, surtei, não acreditei e aqui estou.
Enquanto escrevo a edição de hoje penso em como sonhei com o dia de hoje. Olho para minha jornada profissional e tenho muito orgulho da coragem que eu tive desde o início. Das oportunidades que eu busquei - mesmo acreditando por muitas vezes não que iria acontecer.
E se tem uma coisa que carrego comigo desde o meu primeiro emprego, há quase 10 anos atrás (faço 28 esse ano) é tomar decisões confiando na minha intuição e entender que a minha trajetória não é linear. Que muitas vezes estarei perdida e terei que trocar a roda do carro em movimento.
Mas quando eu olhar para todas as versões que eu fui, sentirei orgulho por ter passado por tudo isso e continuar aqui, firme e forte, acreditando.
E talvez esse possa ser o meu conselho para você, não se contente com algo que não te faz feliz. Ouse sonhar e corra atrás daquilo que você quer. E lembra que o trabalho é só uma parte da sua vida e isso não deve definir que você é.
Te espero na semana que vem?
Um beijo,
La 💫
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📎 Bloco de notas
Coisas legais que gostaria de compartilhar com você.
Eu amo o jeito que ela escreve, e essa legenda me deixou pensativa
Ouvi essa música outro dia enquanto corria e fiquei arrepiada
Quero muito ver esse filme no cinema (fica a indicação pra você também)
Leia a última edição:
#54 | Os lugares por onde passei: parte 1
Há exatamente 1 ano e 4 dias, no penúltimo dia de março de 2023, dei o start na minha newsletter. Deixei o medo de lado e o fantasma “o que os outros vão achar” trancado num sótão, para compartilhar todas às quartas-feiras uma crônica pessoal da minha vida comum, que inclusive foi como surgiu o nome ‘extra-ordinary’ -
amei a edição de hoje! foi minha primeira, e corri pra ver a parte 01 tb kkkkkk veio no momento certo, estou em duvida de começar a empreender e seu texto me deu coragem de começar e ver no que dá. ansiosa pela próxima edição! ❤️